Viver em Família

Leia o artigo da coluna Mais Vida  do Jornal "O Diário de Jacareí" publicado dia 07/11/2013: VIVER EM FAMÍLIA


Vivemos num mundo marcado pela pós-modernidade, com ênfase no consumismo, no individualismo e onde as redes sociais crescem a cada momento, favorecendo os relacionamentos virtuais. As pessoas da nossa sociedade vivem atarefadas, com agendas lotadas e buscando novos conhecimentos. Tudo tem que acontecer de forma rápida; os serviços 24 horas são cada vez mais usados, afinal, “tempo é dinheiro” e não se pode perder nem um, nem outro.

A cultura dos passeios aos shoppings é cada vez maior e os espaços de convivência social são cada vez mais restritos ao ambiente de consumo. As pessoas moram em casas protegidas por muros, cercas elétricas com alarmes, em decorrência do medo e da violência crescentes nas cidades.

E dentro de casa, o que acontece? Será que a pós-modernidade já alcançou o viver em família? Cada membro da família vive “na sua” sem se envolver com os demais membros da casa, muitas vezes em frente à TV, ou navegando pela internet, sem largar o celular um minuto, cuidando cada um do seu próprio interesse. Nesse contexto, como fica o viver em família?

Não estou falando dos eventos familiares especiais, um almoço, aniversário ou as datas comemorativas do calendário. Quero dar foco ao dia a dia. Como vai o viver em família na rotina da cidade no mundo pós-moderno?

Uma das coisas mais importantes ao desenvolvimento humano é o viver em família. É no contexto da vivência familiar que o ser humano descobre quem ele é, aprende seu valor como pessoa e se sente parte de algo significativo.

É no viver em família que cada um pode desenvolver o senso de pertencimento, uma questão de fundamental importância na vida de qualquer ser humano, pois proporciona segurança pessoal. Quando uma pessoa percebe-se parte de um grupo e suas necessidades de ser aceita, apreciada e cuidada são satisfeitas, ela cresce saudável e com emoções equilibradas.

Um famoso terapeuta de família, Salvador Minuchin, aponta o seguinte: “Em todas as culturas, a família dá a seus membros o cunho da individualidade. A experiência humana de identidade tem dois elementos: um sentido de pertencimento e um sentido de ser separado. O laboratório em que estes ingredientes são misturados e administrados é a família, a matriz da identidade” (1988)

É no viver em família que se aprende a respeitar o outro. Há uma ordem a ser respeitada dentro de cada família; os mais velhos devem ser honrados, com a consciência da importância de cada membro.

Viver em família é um desafio para os dias atuais. É trazer para o coração a importância das pequenas coisas; o simples precisa ser resgatado: o sentar à mesa para saborear junto uma refeição e contar como foi o dia na escola, no trabalho e em casa; passear pela praça, tomar um picolé num dia de calor; todos ajudarem nos deveres da casa, como lavar a louça, arrumar as camas; o irmão mais velho ajudar o mais novo na tarefa da escola; sentar ao redor da sala e desligar a TV, o computador, o celular e ouvir uma história do avô ou da avó. Parece sonho? Mas pode ser realidade hoje.

Basta cada um diminuir um pouquinho suas atividades e voltar o olhar para o dia a dia de suas casas. Com certeza será uma ótima oportunidade da família ter mais vida!

Apesar do risco que ronda a família na pós-modernidade, é possível construir um ambiente de convivência, sentido e significado, se juntos convidarmos Jesus para fazer parte das nossas casas. Jesus ama nossas famílias. Ele é nosso aliado nesse desafio de viver em família. Peça diariamente por sua ajuda e experimente mais vida em sua família.

“Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois assim dá ele aos seus amados o sono.” Salmos 127:1-2

Eliane dos Santos Amaral

Comentários

Postagens mais visitadas